O RAMADÃ E A IGREJA PERSEGUIDA





O QUE É O RAMADÃ?


O Ramadã é nono mês do calendário islâmico no qual se acredita que o profeta Maomé recebeu a revelação da parte de Deus, ou Alá, dos primeiros versos do Alcorão. Pelo fato de o islamismo usar um calendário lunar, o início e término do Ramadã, varia de ano para ano, podendo ser realizado em diferentes meses e estações.


Para os muçulmanos, o Ramadã é um mês de bênção que inclui oração, jejum e caridade; é nesse período que eles têm que demonstrar maior zelo religioso e cuidado com os pobres e marginalizados da sociedade. Se alguém comer, beber ou tiver relações sexuais durante este período, deverá alimentar 60 pobres ou jejuar por 60 dias.


Em muitas mesquitas, durante o Ramadã, os versos do Alcorão são recitados todas as noites em orações conhecidas como Tarawih. No final do Ramadã, a escritura completa deve ter sido recitada. O Ramadã tem para os muçulmanos um significado espiritual. Eles acreditam que através da oração e jejum podem se aproximar de Alá, renovar a fé, reforçar os valores da família, e ter uma maior compreensão de seu papel civil e religioso na comunidade; além disso, é o período no qual os muçulmanos leem mais assiduamente o Alcorão e aumentam sua participação em reuniões nas mesquitas. É também um período de muita festividade e confraternizações entre os muçulmanos.


Todos os jovens quando atingem a puberdade devem jejuar, e o primeiro jejum de uma pessoa na comunidade muçulmana é algo para celebração e festa. As grávidas, lactantes, as que estão no período menstrual, crianças, idosos e aqueles que estiverem doentes ou viajando, são dispensados de praticar o Ramadã.


O jejum é feito por cerca de 29 dias entre o nascer e o pôr do sol. O dia começa com o suhoor, uma refeição feita ainda de madrugada, e termina com o iftar, a refeição que quebra o jejum do dia.


Este ano, o Ramadã será de 20 de julho a 18 de agosto.



O RAMADÃ E A IGREJA PERSEGUIDA




A Hadith, um corpo de leis, lendas e histórias sobre a vida de Maomé, (estas histórias chamam-se em Árabe Sunnah e incluem a sua biografia) e os próprios dizeres nos quais ele justificou as suas escolhas ou ofereceu conselhos, diz: “Todo aquele que quebrar o jejum, mesmo por um dia, durante o Ramadã sem uma boa razão, nem mesmo toda a eternidade pode compensar”.


O Ramadã traz muitas implicações e desafios para as igrejas que estão inseridas no contexto do mundo muçulmano, pois é nesse período que o fanatismo religioso islâmico vem à tona contra aqueles que professam qualquer outra fé, mas é também para muitos cristãos uma rica oportunidade de testemunhar do amor de Deus e da salvação em Cristo, já que muitos são convidados às festas e confraternizações ao final do jejum.


O jejum é obrigatório em muitos países de maioria muçulmana ou islâmicos; por isso, ninguém pode declarar em público que não está jejuando durante este mês sagrado. Sendo o jejum um dos pilares do islamismo, os sábios muçulmanos consideram deixar de jejuar somente um dia do Ramadã um dos pecados mais graves. Os rigores do Ramadã geram em muitos fiéis estresse, frustração e zelo islâmico exacerbado. Em terras com tensões religiosas, o último dia do Ramadã pode ser de extrema tensão.


Muitos ataques a igrejas e cidadãos cristãos costumam acontecer nos últimos dias do Ramadã. Um desses dias é denominado de Laylat Al-Qadr (literalmente “Noite do Destino”, ou “Noite do Poder”) e que normalmente é comemorado no 27º dia do jejum. Neste dia, acredita-se que o profeta Maomé tenha recebido a revelação dos primeiros versos do Alcorão. Muitos cristãos do mundo muçulmano são alvo de processos penais e violência por se negarem a praticar o jejum islâmico.

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