AMOR NA FAIXA






Somos um grupo de jovens que vive numa cidade, no sul do Egito. Gostaríamos de lhe contar a respeito de uma experiência magnífica que tivemos no Ramadã do ano passado.


Você já deve conhecer o Ramadã. É o nome de um mês do calendário islâmico, e neste mês todos os muçulmanos devem jejuar do nascer ao pôr-do-sol. No ano passado, o Ramadã coincidiu com o mês de agosto. Neste ano, esse mês foi do dia 20 de julho ao dia 18 de agosto.


No último dia do Ramadã há um período especial de oração nas mesquitas, encerrando o jejum. Depois é feita uma grande festa, e às vezes famílias muçulmanas convidam também famílias cristãs para participarem da celebração.



Entretanto, grupos mais radicais aproveitam a ocasião para agir contra não muçulmanos. A chance de haver ataques a cristãos depende de quão radical é a pregação na mesquita. E só para você ter ideia, nessa data em especial, a mesquita chega a reunir até 10 mil pessoas. Você consegue imaginar o que pode acontecer se um grupo desses for estimulado a atacar uma igreja?



Pois bem, nosso grupo jovem ficou imaginando as possibilidades do que poderia acontecer. Então nos reunimos para orar, pois estávamos com medo. 


De repente, no meio da oração, um rapaz de nosso grupo teve uma ideia “incomum”.



“Por que a gente não age de forma proativa? Sempre dizemos que devemos amar os muçulmanos, mesmo os violentos. Então vamos pensar em uma maneira prática de expressar nosso amor por eles?”



Então alguém deu outra ideia ainda mais inesperada (talvez até um pouco maluca): “E se a gente fizer uma faixa dizendo que nós os amamos?”.



Silêncio total. Mas logo começamos a discutir calorosamente se as propostas eram viáveis, ou até mesmo sábias. Era arriscado.



FIZEMOS A FAIXA...


No final, concluímos que as propostas eram boas – apesar de não haver garantia alguma de como os muçulmanos reagiriam. Um grupo específico entre eles, os salafistas, não toleravam nem muçulmanos moderados. Quem dirá os cristãos!



Antes que a coragem fosse embora, corremos até uma gráfica e encomendamos a faixa. Nela escrevemos: “Sou cristão e amo os muçulmanos”.



...E FOMOS PARA A MESQUITA



Na manhã seguinte fomos até a frente da mesquita. Assim que a reunião terminou, desenrolamos a faixa. Como estávamos com um pouco de medo, não a erguemos muito.



Os fiéis que foram saindo da mesquita pararam para ler. Então alguns vieram até nós e... nos cumprimentaram!



Uma atmosfera de simpatia tomou conta da rua. Mulheres cobertas da cabeça aos pés pararam para nos fotografar, e até homens com trajes conservadores vinham até nós e nos saudavam.



Nossa surpresa aumentou quando alguns imames (líderes da mesquita) atravessaram a rua para dar um aperto de mão e também para nos agradecer pelo gesto.



A manhã correu tranquilamente, e tivemos certeza, em nossos corações, de que nossa decisão de testemunhar do amor de Jesus marcou o coração daqueles que leram nossa faixa. Além disso, o fato de obedecer a Cristo tirou de nós o medo de sermos proativos em amar o próximo.



Compartilhamos esta história com você, por dois motivos. Em primeiro lugar para contar como Deus faz coisas inesperadas quando decidimos lhe obedecer. E, em segundo lugar para pedir seu apoio às igrejas que vivem em países muçulmanos. Queremos que essas igrejas não vivam dominadas pelo medo de serem vítimas de fundamentalistas, mas que ajam demonstrando o amor de Deus ao próximo, de forma ativa e sábia.



Seja proativo você também, em demonstrar o amor de Deus ao próximo. E também aos seus irmãos da fé.



Em Cristo, que nos faz um! 



Grupo de Jovens, Igreja do Sul do Egito, julho de 2012.

0 comentários :