O SILÊNCIO QUE FALA MAIS ALTO QUE O ÓDIO





“Ele foi oprimido e afligido; e, contudo, não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado para o matadouro, e como uma ovelha que diante de seus tosquiadores fica calada, ele não abriu a boca.” Isaias 53.7


O maior antídoto contra a soberba é experimentar a humilhação de Cristo. Grande gozo há para aqueles que assim procedem e fortalece a imagem de Cristo neles. Nada é maior corruptor a alma humana do que a soberba. Soberba esta que levou Satanás a buscar ser igual a Deus; soberba que levou nossos pais Adão e Eva a desejarem caminho semelhante ao de Satanás. Tal natureza continua manipulando e conduzindo o ser humano, criando no homem a busca incansável de preservar a imagem perfeita, todavia, uma perfeição que não existe em nenhum homem na face da terra. 


Por isso, que vivemos buscando aprovação em todos os setores da vida. Quando a nossa imagem é questionada agimos imediatamente para recompô-la usando todos os meios possíveis para o determinado fim. Quando somos afligidos injustamente, quer por atos, palavras, a nossa reação é imediatamente de buscar preservar a imagem perfeita que o pecado falsamente criou em nós.


Surge em cada ser humano o advogado do diabo que é a nossa natureza caída. Reagindo violentamente contra aqueles que nos ofendem e tem os seus próprios julgamentos sobre nós. A grande questão é que não somente somos advogados do diabo, mais tornamos juízes contra aqueles que juízes se fizeram contra nós. Como juízes, queremos impor a maneira correta dos outros nos enxergarem. No final do julgamento nos tornamos tão maligno quanto aqueles que nos afligiram e maltrataram a nossa alma.


Jesus nos convida a experimentá-lo neste ambiente hostil, nunca houve hostilidade maior do que a sofrida por Cristo no calvário, e, é neste ambiente que podemos experimentar a maior revolução do evangelho de Cristo no próprio Cristo, quando ele perdoa todos os seus algozes. O silêncio de Jesus no texto acima, está relacionado ao fato que o Senhor abriu mão da sua justiça para assumir a nossa injustiça.


No perdão de Cristo, ele disse: Pai perdoa-lhes porque eles não sabem o que fazem. Jesus não está eximindo o homem da sua responsabilidade dos seus atos e as suas conseqüências, até porque o mesmo disse as mulheres no caminho do calvário “Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; chorai antes por vós mesmas, e por vossos filhos. Porque eis que hão de vir dias em que dirão: Bem-aventuradas as estéreis, e os ventres que não geraram, e os peitos que não amamentaram!” Lucas 23.28,29. 


Quando Jesus está dizendo que eles não sabiam o que estavam fazendo, é que eles estavam tão cheios de ódio que os impedia de verem a verdade. E o ódio nunca nos deixa ver com os olhos do amor. Todo ser humano cheio de ódio está em densas trevas, trevas estas que é o lugar da habitação de satanás e os seus demônios. Certa vez quando Jesus rumava para Jerusalém e foi rejeitado por uma aldeia de samaritanos, a reação dos discípulos foi imediata “E os seus discípulos, Tiago e João, vendo isto, disseram: Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma, como Elias também fez? Voltando-se, porém, repreendeu-os, e disse: Vós não sabeis de que espírito sois. Porque o Filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las. E foram para outra aldeia.” Lucas 9.54-56 


Concluo, desafiando o seu coração a viver em Cristo, e ter a alma plenamente convicta que a imagem da soberba foi à responsável por conduzir o Mestre a cruz. Portanto, não viva com a preocupação de sustentar esta imagem. A imagem que devemos viver é a imagem de Cristo. E lembre-se: Jesus também foi caluniado, julgado injustamente. Não deixemos que as afrontas, decepções, humilhações sejam sementes de ódio caindo nos nossos corações. Que o único tribunal que devemos comparecer sempre, seja o tribunal da Graça, onde Cristo é o nosso único e perfeito advogado.



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NÃO ACREDITO....





Não acredito em respostas prontas e estereotipadas e definitivas, mas em ser apenas um aprendiz, aprendendo sempre, num processo sem fim de aprender, desaprender e reaprender.


Não acredito em estratégias, modelos ou planos religiosos definidos e reproduzíveis, mas nas surpresas do dia-a-dia vivido na presença de Deus, no convívio familiar e comunitário.


Não acredito em projetos ministeriais importados e apostilados, mas no serviço simples, continuo e discreto em favor dos pobres.


Não acredito em técnicas de evangelização, mas sim em pregar o Evangelho o tempo todo com a vida e, quando necessário, usar palavras.


Não acredito no barulho e na agitação, mas sim no recolhimento e no silêncio.


Não acredito em busca de poder religioso que alimente ambições pessoais, mas sim no poder que se aperfeiçoa nas minhas fraquezas.


Não acredito no que acontece sob os holofotes e é propagandeado, mas no imperceptível, no pequeno, no gesto simples e cotidiano.



Não acredito em lideranças personalistas, mas em servos anônimos que refletem a vida e o caráter de Cristo.



Não acredito num Evangelho explicativo, argumentativo, teórico, mas no Evangelho que me coloca em relação afetiva com Deus, comigo mesmo e com meu próximo.



Não acredito na linguagem da motivação e da auto-ajuda, mas na linguagem da intimidade que encontra espaço para afetividade e confidencias.



Não acredito na teologia da prosperidade, mas numa teologia que gere quebrantamento, humildade, simplicidade e serviço desinteressado.



Não acredito em crentes bonzinhos e certinhos, mas em gente real que erra e se arrepende e não tem vergonha de se apresentar como pecador remido pelo sangue do Cordeiro.


Não acredito em oração que busca conforto pessoal, mas em oração que clama por santidade pessoal e engajamento por um mundo mais justo.


Não acredito em oração gritada em publico com o intuito de chamar atenção sobre si, mas na oração no secreto onde ninguém vê e ninguém sabe.


Não acredito em testemunhos, livros e conversas de pessoas vitoriosas em tudo e que nunca erram, mas em pessoas reais que se alegram e se entristecem, têm virtudes e têm defeitos.


Não acredito em práticas religiosas produzidas pela mente humana, mas naquelas que são fruto de uma intimidade com Deus.



Não acredito em igrejas de classe média voltadas para si mesmas e sem visão social, mas naquelas cujos recursos humanos e financeiros são disponibilizados para missões e para os pobres.



Não acredito que o marketing trará o Reino de Deus entre nós, mas em ações concretas na busca da justiça e da paz nas nossas cidades.


Não acredito em profecia que gera crentes infantilizados dependentes do profeta, mas em profecia que anuncia o juízo, gera quebrantamento e dependência de Deus.



Não acredito nos abraços e nos “eu te amo” instantâneos induzidos por pregadores, mas em abraços e amizades pessoais vividas no cotidiano ao longo da vida.



Não acredito que adoração se resume ao “louvorzão” do domingo dirigido por “levitas”, mas que glorificar a Deus é um estilo de vida de doação e santidade.



Não acredito que alguém que diz que ama a Deus e não tem amigos, mas naqueles cujos vínculos, afetos e amizades evidenciam que de fato são discípulos de Cristo.



Não acredito em discipulado que é mera doutrinação de conceitos e informações corretas, mas no discipulado que gera metanóia, arrependimento, mudança interior que se reflete nos gestos e atitudes do dia-a-dia.



Não acredito que o crescimento espiritual é linear e sempre progressivo, mas que é sujeito a recaídas, crises, dúvidas, um processo contínuo de aprender, desaprender e reaprender.



Assim, não acredito que cheguei lá, que já tenho todas as respostas. Deus me dá graça e coragem para continuar nesta jornada sem volta, me distanciando cada vez mais da minha natureza caída em direção a perfeita estatura da varonilidade de Cristo. E quanto mais avanço, mais longe estou do meu ponto de partida- meu eu caído, mas também de onde quero chegar: me assemelhar a Cristo.



O Caminho é uma pessoa e seu nome é Jesus! Maior é aquele que mais serve!



Por Osmar Ludovico

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A MELHOR HORA





A melhor hora para orar é quando não se tem vontade. Sim, porque é a hora em que mais precisamos! A falta de vontade orar é semelhante à falta de vontade comer, por parte do doente enfraquecido: quanto menos come, menos fome tem. E nós sabemos que, se ele não se alimentar, irá morrer! A oração, para o crente, é gênero de primeira necessidade! Diz a bíblia: “Orai sem cessar.” (1Ts 5:17). 



A bíblia não fala para orarmos só quando temos vontade. Se dermos ouvidos à vontade, não oraremos nunca! Mas, boas notícias: é só começar, que a sede de comunhão volta! “Assim como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus!” (Sl 42:1).


A melhor hora para se ler a bíblia é quando não se quer lê-la.


Sim, porque é quando mais precisamos dela! Não estou dizendo para você parar o trabalho que está fazendo, nem deixar de dirigir o automóvel no meio da estrada. Estou dizendo que não se deve obedecer à vontade, mas fazer força e ler as Escrituras! Sem bíblia, fatalmente tomaremos decisões erradas, e trocaremos o “melhor” pelo “apenas regular”, ou até pelo “ruim”! 



Não há crescimento sem bíblia! Já viu um bebê crescer sem comer? Aqui também funciona o “começômetro”: começa-se ler, gosta-se, e continua mais e mais! Faça prova! Por isso o salmista disse, sobre o homem abençoado: “Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite.” (Sl 1:2).



E ir à igreja? Às vezes é tão cansativo! Tem dia que é um fardo pesado, não é mesmo? Eu já me senti altamente desmotivado a ir. Depois paguei o pato, tendo uma semana “amarela”, sem graça e sem cor, e uma profunda dor na consciência, por ter me privado da adoração, da comunhão, da pregação, do ofertório, etc. Quando a gente volta, no outro fim de semana, parece que passou uma década, está tudo meio diferente! Eu aprendi que, quando eu menos querer ir, é justamente a hora em que eu mais precisarei congregar com meus irmãos e adorar a Deus em comunidade! “Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.” (Hb 10:25). 



Se a sua igreja for sadia (boa doutrina, razoável comunhão, boa ética), você sairá de lá fortalecido! E se convencerá que, faça chuva ou faça sol, igreja é prioridade em sua agenda. E sem ninguém obrigar!



Pr. Wagner Antonio de Araújo

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