AMOR NA FAIXA






Somos um grupo de jovens que vive numa cidade, no sul do Egito. Gostaríamos de lhe contar a respeito de uma experiência magnífica que tivemos no Ramadã do ano passado.


Você já deve conhecer o Ramadã. É o nome de um mês do calendário islâmico, e neste mês todos os muçulmanos devem jejuar do nascer ao pôr-do-sol. No ano passado, o Ramadã coincidiu com o mês de agosto. Neste ano, esse mês foi do dia 20 de julho ao dia 18 de agosto.


No último dia do Ramadã há um período especial de oração nas mesquitas, encerrando o jejum. Depois é feita uma grande festa, e às vezes famílias muçulmanas convidam também famílias cristãs para participarem da celebração.



Entretanto, grupos mais radicais aproveitam a ocasião para agir contra não muçulmanos. A chance de haver ataques a cristãos depende de quão radical é a pregação na mesquita. E só para você ter ideia, nessa data em especial, a mesquita chega a reunir até 10 mil pessoas. Você consegue imaginar o que pode acontecer se um grupo desses for estimulado a atacar uma igreja?



Pois bem, nosso grupo jovem ficou imaginando as possibilidades do que poderia acontecer. Então nos reunimos para orar, pois estávamos com medo. 


De repente, no meio da oração, um rapaz de nosso grupo teve uma ideia “incomum”.



“Por que a gente não age de forma proativa? Sempre dizemos que devemos amar os muçulmanos, mesmo os violentos. Então vamos pensar em uma maneira prática de expressar nosso amor por eles?”



Então alguém deu outra ideia ainda mais inesperada (talvez até um pouco maluca): “E se a gente fizer uma faixa dizendo que nós os amamos?”.



Silêncio total. Mas logo começamos a discutir calorosamente se as propostas eram viáveis, ou até mesmo sábias. Era arriscado.



FIZEMOS A FAIXA...


No final, concluímos que as propostas eram boas – apesar de não haver garantia alguma de como os muçulmanos reagiriam. Um grupo específico entre eles, os salafistas, não toleravam nem muçulmanos moderados. Quem dirá os cristãos!



Antes que a coragem fosse embora, corremos até uma gráfica e encomendamos a faixa. Nela escrevemos: “Sou cristão e amo os muçulmanos”.



...E FOMOS PARA A MESQUITA



Na manhã seguinte fomos até a frente da mesquita. Assim que a reunião terminou, desenrolamos a faixa. Como estávamos com um pouco de medo, não a erguemos muito.



Os fiéis que foram saindo da mesquita pararam para ler. Então alguns vieram até nós e... nos cumprimentaram!



Uma atmosfera de simpatia tomou conta da rua. Mulheres cobertas da cabeça aos pés pararam para nos fotografar, e até homens com trajes conservadores vinham até nós e nos saudavam.



Nossa surpresa aumentou quando alguns imames (líderes da mesquita) atravessaram a rua para dar um aperto de mão e também para nos agradecer pelo gesto.



A manhã correu tranquilamente, e tivemos certeza, em nossos corações, de que nossa decisão de testemunhar do amor de Jesus marcou o coração daqueles que leram nossa faixa. Além disso, o fato de obedecer a Cristo tirou de nós o medo de sermos proativos em amar o próximo.



Compartilhamos esta história com você, por dois motivos. Em primeiro lugar para contar como Deus faz coisas inesperadas quando decidimos lhe obedecer. E, em segundo lugar para pedir seu apoio às igrejas que vivem em países muçulmanos. Queremos que essas igrejas não vivam dominadas pelo medo de serem vítimas de fundamentalistas, mas que ajam demonstrando o amor de Deus ao próximo, de forma ativa e sábia.



Seja proativo você também, em demonstrar o amor de Deus ao próximo. E também aos seus irmãos da fé.



Em Cristo, que nos faz um! 



Grupo de Jovens, Igreja do Sul do Egito, julho de 2012.

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A PROFANAÇÃO DA ORAÇÃO





Embora muito em voga, a profanação da oração é um problema antigo. Não há outra pessoa que trate tão energicamente o assunto quanto Tiago, na carta aos judeus convertidos e espalhados “pelo mundo inteiro”, escrita por volta de 70 depois de Cristo.


Esses cristãos eram ambiciosos. “Queriam muitas coisas”, esforçavam-se para obtê-las a qualquer custo (“estão prontos até para matar para consegui-las”), mas continuavam “de mãos abanando”, pois não recorriam à oração. E, mesmo orando, a situação não mudava, porque os pedidos deles não visavam nada além dos próprios prazeres. 


As orações que faziam eram tipicamente consumistas, giravam em torno de coisas e não de valores, engrossavam o ter e não o ser. O ideal de felicidade desses cristãos era gastar, dissipar, esbanjar e consumir. Eram orações anticristãs à vista das bem-aventuranças do Sermão do Monte (Mt 5.1-12) e da única palavra de Jesus que não está nos Evangelhos, mas no discurso de Paulo aos presbíteros de Éfeso: “É mais feliz quem dá do que quem recebe” (Atos 20.35).


Tiago encerra a exortação chamando-os de adúlteros, pois eram semelhantes à esposa infiel que ama os inimigos do marido. E por amarem os prazeres do mundo, que Deus não ama, tornavam-se inimigos de Deus. 


Seria melhor que esses consumistas se submetessem ao Senhor e resistissem ao diabo, o qual, por sua vez, os deixaria em paz. Eles deveriam lavar as mãos, limpar o coração, entristecer-se por estarem em um nível tão baixo de espiritualidade e se humilhar diante do Pai. Então seriam levantados, animados e ajudados por Deus (Tg 4.1-10)!


A profanação da oração é um pecado grave. Pois Deus não abriu a porta da oração para nos afastar dele e levar-nos à secularização, ao materialismo, ao consumismo e, consequentemente, à apostasia.


Os cristãos que têm coragem de orar por uma casa na cidade, na praia e nas montanhas e por um carro zero quilômetro e importado estão profanando a oração e são inimigos de Deus!



Extraído da Revista Ultimato – Maio-Junho/2012 – nº 336

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UM CALDO MORTAL CHAMADO LEGALISMO





Malcon Smith definiu legalismo como um caldo mortífero. Quem dele se nutre adoece e morre. O legalismo é uma ameaça à igreja, pois dá mais valor à forma do que à essência, mais importância à tradição do que à verdade, valoriza mais os ritos religiosos do que o amor. O legalismo veste-se com uma capa de ortodoxia, mas em última análise, não é a verdade de Deus que defende, mas seu tradicionalismo conveniente. O legalista é aquele que rotula como infiéis e hereges todos aqueles que discordam da sua posição. O legalista é impiedoso. Ele julga maldosamente com seu coração e fere implacavelmente com sua língua e espalha contenda entre os irmãos.



As maiores batalhas, que Jesus travou foram com os fariseus legalistas. Eles acusavam Jesus de quebrar a lei e insurgir-se contra Moisés. Vigiaram os passos do Mestre, censuravam-no em seus corações e desandaram a boca para assacar contra o Filho de Deus as mais pesadas e levianas acusações. Acusaram-no de amigo dos pecadores, glutão, beberrão e até mesmo de endemoninhado. Na mente doentia deles, Jesus quebrava a lei ao curar num dia de sábado, mas não se viam como transgressores da lei quando tramavam a morte de Jesus com requinte de crueldade nesse mesmo dia.



O legalismo não morreu. Ele ainda está vivo e presente na igreja. Ainda é uma ameaça à saúde espiritual do povo de Deus. Há muitas igrejas enfraquecidas e sem entusiasmo sob o jugo pesado do legalismo. Há muitos cultos sem vida e sem qualquer manifestação de alegria, enquanto a Escritura diz que na presença de Deus há plenitude de alegria e delícias perpetuamente. J. I. Packer em seu livro Na Dinâmica do Espírito diz que não há nada mais solene do que um funeral. Há cultos que são solenes, mas não há neles nenhum sinal de vida. Precisamos nos acautelar contra o legalismo e isso, por três razões:




1. Porque dá mais valor à aparência do que ao coração. Os fariseus gostavam de tocar trombeta sobre sua santidade. Eles aplaudiam a si mesmos como os campeões da ortodoxia. Eles eram os separados, os espirituais, os guardiões da fé. Mas por trás da máscara de santidade escondiam um coração cheio de ódio e impureza. Eram sepulcros caiados, hipócritas.




2. Porque dá mais valor aos ritos do que às pessoas. Os legalistas são impiedosos com as pessoas. Censuram, rotulam, acusam e condenam implacavelmente. Não são terapeutas da alma, mas flageladores da consciência. Colocam fardos e mais fardos sobre as pessoas. Atravessam mares para fazer um discípulo, apenas para torná-lo ainda mais escravo do seu tradicionalismo. Os legalistas trouxeram uma mulher apanhada em flagrante adultério e lançaram-na aos pés de Jesus. Não estavam interessados na vida espiritual da mulher nem nos ensinos de Jesus. Queriam apenas servir-se da situação para incriminar Jesus. Os legalistas ainda hoje não se importam com as pessoas, apenas com suas ideias cheias de preconceito.




3. Porque dá mais valor ao tradicionalismo do que à verdade. Precisamos fazer uma distinção entre tradição e tradicionalismo. A tradição é a fé viva daqueles que já morreram enquanto o tradicionalismo é a fé morta daqueles que ainda estão vivos. A tradição, fundamentada na verdade, passa de geração em geração e precisa ser preservada. Mas, o tradicionalismo, filho bastardo do legalismo, conspira contra a verdade e perturba a igreja. Que Deus nos livre do legalismo. Foi para a liberdade que Cristo nos libertou! Aleluia!




Reverendo Hernandes Dias Lopes

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PAIS & FILHOS PARA GLÓRIA DE DEUS



Leia João 1.12






No filme Hook – A volta do Capitão Gancho que conta a história de Peter Pan, vemos a seguinte situação: Peter Pan havia abandonado a Terra do Nunca e resolvido viver no mundo normal. Assim ele cresceu e se esqueceu quem era e como se fazia para voar. Ele precisou voltar e salvar seus filhos que foram raptados pelo Gancho... Para que ele voasse, precisava de um pouco de pó mágico e um pensamento feliz. Há um momento no filme em que ele precisa voar, mas não consegue mesmo usando o pó mágico, porque ele não se lembra de nenhum pensamento feliz. Até que numa determinada hora, ele consegue, pois um pensamento feliz lhe vêm a mente, e este é: - Eu tenho filhos!


No dia 17/01/2009, nos deparamos com uma das emoções mais felizes de nossa vida. Embora estivéssemos já assimilando essa idéia por mais ou menos 9 meses, nada poderia ter nos preparado para tão grande felicidade como a de tomar uma criancinha no colo e dizer: - Nossa filha!


No dia 17/11/2011, nos deparamos mais uma vez com esta maravilhosa emoção. Embora já tivéssemos a primeira experiência, mais uma vez, nada poderia ter nos preparado para a grande felicidade de tomar mais uma criança nos braços e dizer: - Nosso filho!


O evangelho nos possibilita termos a felicidade de sermos filhos de Deus e ao mesmo tempo levar outros a também experimentar essa alegria. 


A PATERNIDADE DE DEUS


Muitos têm dificuldade em entender Deus como Pai. Na verdade, quando ouvem isso, essas dificuldades são aumentadas pois não conseguem relacionar-se com Deus como pai.


Isso se dá devido ao fato de que muitos não tiveram ou não têm um modelo de Pai segundo o padrão divino.


Muitos enxergam na figura paterna, alguém ausente, indiferente, algumas vezes ríspido, totalmente distante do modelo proposto por Deus, em sua palavra.


Alguém disse: “Se Deus é Pai como o meu pai, eu não quero nada com Ele”.


Para falarmos sobre a PATERNIDADE DE DEUS, é preciso antes restaurar o modelo bíblico de pai...


O pai como provedor, como sustentador, como aquele que ama, aquele que dá carinho, aquele que protege, aquele que corrige, enfim, aquele que é um instrumento abençoador da vida de seus filhos...


Se o pai terreno tem essas incumbências, e alguns o são, apesar de suas falhas, imagine como é então o Pai Celeste... A palavra de nos diz que: “Mateus 7.11 Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem?”


A palavra de Deus nos diz também, que um dos privilégios que recebemos ao crer em Jesus, é o privilégio da paternidade divina. João 1.12 – Em Cristo, nos tornamos filhos de Deus!!!


O primeiro a referir-se a Deus como Pai, foi Jesus. No AT, embora os judeus tivessem uma certa compreensão da pessoa de Deus, ninguém assim o chamava.


Jesus não apenas nos dá a condição de sermos Filhos de Deus, como nos mostra o interesse de Deus em se relacionar conosco como filhos.


“Lucas 11.13 Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?”


“Romanos 8.15 Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai.”


Ao falar da paternidade de Deus entendemos que:




1- É INTERESSE DE DEUS RELACIONAR-SE CONOSCO COMO UM PAI SE RELACIONA COM SEUS FILHOS.


Salmos 25.14 – “A intimidade do SENHOR é para os que o temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança.”




2- ESSE RELACIONAMENTO SÓ É POSSÍVEL SE ESTIVERMOS EM JESUS.


- João 1.12 - Em Cristo, vamos nos tornando semelhantes ao nosso Pai Celeste.



3- UM VERDADEIRO FILHO DE DEUS DEMONSTRA ALGUMAS ATITUDES NATURAIS.


a. Prazer de estar na casa do Pai (Hb 10.25) “Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima.”


b. Desejo de andar em novidade de vida (Romanos 6.4) “Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida.”



Conclusão:


O melhor presente: Um jovem e bem-sucedido advogado disse: “O maior presente que já recebi foi uma pequena caixa de meu pai num natal. Dentro estava um recado que disse: ‘Filho, este ano eu lhe darei 365 horas, uma hora a cada dia depois do jantar. É sua. Falaremos daquilo que você quiser falar. Iremos por onde você quiser ir. Brincaremos o que você quiser brincar. Será sua hora!’. Meu pai não somente guardou aquela promessa”, disse o advogado, “Mas, a cada ano ele a renovou – e é o melhor presente que recebi na minha vida. Eu sou o resultado do tempo dele.”



Nós somos o resultado não apenas do tempo, mas de tudo o que Deus, o nosso pai, empregou, investiu em nós... PAra que fôssemos seus filhos, o Pai investiu aquilo que Ele tinha de melhor, Seu Único, Santo e Perfeito Filho.


O que daremos ao Senhor, em retribuição ao que já nos deu?



Aos pais, cabe o exemplo que o Pai Celeste nos dá de nos dedicarmos, nos darmos aos nossos filhos, com amor e inteiramente, de maneira incondicional, para que eles sejam o que Deus deseja e projetou que eles sejam...


Aos filhos, cabe honrar aos pais aqui na terra pois isso não apenas traz benção, mas glorifica ao Pai Celeste que está nos céu...


Aos filhos que já não contam mais com a presença de seus pais, cabe desfrutar da preciosa promessa que nosso bondoso Pai celestial nos proporciona. Salmos 27.10 “Porque, se meu pai e minha mãe me desampararem, o SENHOR me acolherá.”


A todos nós, nos cabe em Cristo Jesus, desfrutarmos da benção da paternidade divina, honrando e glorificando ao Pai Celeste, não apenas pelos pais da terra, mas pelo bondoso Pai que o nosso Deus tem sido para nós. FELIZ DIA DOS PAIS!!



Rev. Antonio Donadeli

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PAPAI E AS BANDEIRAS BRANCAS




Um dia, um jovem se rebelou contra seu pai, machucando toda a sua família. Tornou-se uma pessoa indesejável na família. Por conta disto decidiu ir embora, dizendo que não precisava de nada, que não precisava do amor de ninguém.


Depois de algum tempo ele começou a sentir saudades de casa, mas ficou com medo de voltar, pois tinha quebrado princípios. Resolveu escrever uma carta pedindo perdão e permissão para voltar mas, para saber se o receberiam, pediu o seguinte sinal: Na casa de seu pai havia uma árvore que podia ser vista pelas pessoas que passavam de trem. Se o pai amarrasse uma bandeira branca na árvore significaria que ele estaria perdoado. Caso contrário, tudo estaria encerrado.


No trem ele compartilhou sua ansiedade com um rapaz. O trem se aproximava. Como não tinha coragem de olhar, pediu ao seu companheiro de viagem que procurasse a bandeira branca.


Qual foi a sua surpresa ao receber a notícia de que não havia uma bandeira branca... Mas a árvore estava toda embranquecida, cheia de bandeiras brancas. A casa também estava branca e seu pai estava gritando para os passageiros do trem: “Eu te perdôo, porque te amo!”.


Neste Dia dos Pais, honremos a eles e louvemos ao Senhor pelo privilégio de tê-los, mas sobretudo agradeçamos o privilégio de, em Cristo, podermos ser chamados filhos de Deus. Ao nosso Eterno Pai Celestial, toda honra e toda glória!!



“Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome;” João 1.12

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SÉRIE CRISTÃOS PERSEGUIDOS: SE TIVER DE MORRER, MORREREMOS


Coreia do Norte, agosto de 2012.




Com um rápido movimento, janela e cortinas são fechadas. Três norte-coreanos atravessam a pequena sala, arrastando seus chinelos. Eles passam sob o olhar incisivo dos “grande líderes”, cujos retratos pendem nas paredes. Os três dirigem-se para o quarto. Atentos, procuram ouvir se as crianças estão dormindo no outro cômodo, e se há alguém na rua. Eles se ajoelham. Um suspiro. Suavemente, começam a cantar. A voz emerge do profundo de seu coração. “Graça maravilhosa, quão doce canção...”


Esta é a história da vida secreta de oração dos cristãos norte-coreanos.



QUESTÃO DE VIDA OU MORTE


É uma experiência difícil viajar pela Coreia do Norte e ver o rosto das pessoas. É como estar dentro de um filme sem a possibilidade de interferir no script. As pessoas andam a esmo em estradas que parecem não ter fim e nem levar a algum lugar. Ao lado do rio, outro grupo de pessoas. Umas lavam a roupa, outras procuram por alimento. As árvores estão secas. Muitos norte-coreanos comem a grama mesmo, apenas para ter algo em seu estômago.


Escondidos entre essas pessoas estão os filhos de Deus. Diferente dos outros, eles oram enquanto caminham. E não fazem isso apenas porque não têm nada melhor para fazer. 


Trabalho com refugiados norte-coreanos na China. Posso dizer que a oração na Coreia do Norte é uma questão de vida ou morte. Se um norte-coreano se converte na China, a coisa mais importante que temos para ensinar é como ter um relacionamento com Deus. Quando voltar para casa, ele não pode levar consigo uma Bíblia. Quase metade dos que voltam é presa em algum ponto da viagem. Em todas as situações, eles precisam confiar em Deus. É por isso que a oração é tão importante. Eles aprendem a orar por tudo, especialmente por discernimento. Em quem você pode confiar? O que se pode dizer, e o que não pode?



COMO A RAINHA ESTER


Há uns anos, um ocidental participou de uma reunião de oração secreta de norte-coreanos. Ele contou o que viu: “Os cristãos se ajoelharam e pediram a Deus para perdoar seus ancestrais, que se prostraram perante ídolos japoneses. Eles diziam: ’O povo de Israel foi desobediente e peregrinou no deserto por quarenta anos. Mas nós estamos sendo punidos há mais de sessenta. No entanto, Deus, a culpa é nossa, e não tua’. Eu chorei ao ouvir como eles imploravam a Deus para mudar sua situação. Eles pediam que o Senhor reabrisse as igrejas de seus antepassados.”


As orações dos norte-coreanos, entretanto, mudaram nos últimos anos. Os líderes da Igreja norte-coreana nos dizem que isso se deve graças às orações dos irmãos estrangeiros. “Somos tão encorajados por essas orações que agora oramos como a rainha Ester. Mardoqueu lhe disse que ela havia sido chamada para um momento como aquele (Ester 4.14). E isso se aplica a nós. Fomos chamados para sermos luz de Cristo em um momento como esse, nestas circunstâncias difíceis. Temos experimentado que Deus usa a perseguição para santificar sua Igreja, e somos gratos porque, em nossa fraqueza, recebemos a força dele. Oramos para sermos capazes de fazer a vontade divina em todas as situações. E se tiver de morrer, morreremos.”



UMA VISÃO


Os cristãos norte-coreanos começaram sua própria campanha de oração por seu país. Eles pedem a Deus para continuar a abrir as portas para que o evangelho seja pregado. Soube que um grupo de cristãos recebeu uma visão de Deus de que um dia a Coreia do Norte se reabrirá. Eles dizem: “Então trabalharemos lado a lado com os irmãos sul-coreanos e chineses para evangelizar toda a Ásia. Será uma tarefa difícil. Mas vemos que a atual perseguição na Coreia do Norte é uma preparação para este tempo”.


Vemos então como Deus usa as orações de seus filhos para criar uma música que soa mais alto que o terror e o medo. Os milhões de vozes mal podem ser ouvidas individualmente, mas juntas elas formam um belo coral. Para Deus, essas incontáveis orações são um belo som que não termina. No livro de Apocalipse lemos que cada palavra dirigida a Ele é colocada em um recipiente de ouro – não importa se ela foi proferida em torno de uma mesa de jantar no mundo livre, ou se foi sussurrada atrás de janelas fechadas em algum canto da Coreia do Norte.



Correspondente da Portas Abertas na Coreia do Norte

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O RAMADÃ E A IGREJA PERSEGUIDA





O QUE É O RAMADÃ?


O Ramadã é nono mês do calendário islâmico no qual se acredita que o profeta Maomé recebeu a revelação da parte de Deus, ou Alá, dos primeiros versos do Alcorão. Pelo fato de o islamismo usar um calendário lunar, o início e término do Ramadã, varia de ano para ano, podendo ser realizado em diferentes meses e estações.


Para os muçulmanos, o Ramadã é um mês de bênção que inclui oração, jejum e caridade; é nesse período que eles têm que demonstrar maior zelo religioso e cuidado com os pobres e marginalizados da sociedade. Se alguém comer, beber ou tiver relações sexuais durante este período, deverá alimentar 60 pobres ou jejuar por 60 dias.


Em muitas mesquitas, durante o Ramadã, os versos do Alcorão são recitados todas as noites em orações conhecidas como Tarawih. No final do Ramadã, a escritura completa deve ter sido recitada. O Ramadã tem para os muçulmanos um significado espiritual. Eles acreditam que através da oração e jejum podem se aproximar de Alá, renovar a fé, reforçar os valores da família, e ter uma maior compreensão de seu papel civil e religioso na comunidade; além disso, é o período no qual os muçulmanos leem mais assiduamente o Alcorão e aumentam sua participação em reuniões nas mesquitas. É também um período de muita festividade e confraternizações entre os muçulmanos.


Todos os jovens quando atingem a puberdade devem jejuar, e o primeiro jejum de uma pessoa na comunidade muçulmana é algo para celebração e festa. As grávidas, lactantes, as que estão no período menstrual, crianças, idosos e aqueles que estiverem doentes ou viajando, são dispensados de praticar o Ramadã.


O jejum é feito por cerca de 29 dias entre o nascer e o pôr do sol. O dia começa com o suhoor, uma refeição feita ainda de madrugada, e termina com o iftar, a refeição que quebra o jejum do dia.


Este ano, o Ramadã será de 20 de julho a 18 de agosto.



O RAMADÃ E A IGREJA PERSEGUIDA




A Hadith, um corpo de leis, lendas e histórias sobre a vida de Maomé, (estas histórias chamam-se em Árabe Sunnah e incluem a sua biografia) e os próprios dizeres nos quais ele justificou as suas escolhas ou ofereceu conselhos, diz: “Todo aquele que quebrar o jejum, mesmo por um dia, durante o Ramadã sem uma boa razão, nem mesmo toda a eternidade pode compensar”.


O Ramadã traz muitas implicações e desafios para as igrejas que estão inseridas no contexto do mundo muçulmano, pois é nesse período que o fanatismo religioso islâmico vem à tona contra aqueles que professam qualquer outra fé, mas é também para muitos cristãos uma rica oportunidade de testemunhar do amor de Deus e da salvação em Cristo, já que muitos são convidados às festas e confraternizações ao final do jejum.


O jejum é obrigatório em muitos países de maioria muçulmana ou islâmicos; por isso, ninguém pode declarar em público que não está jejuando durante este mês sagrado. Sendo o jejum um dos pilares do islamismo, os sábios muçulmanos consideram deixar de jejuar somente um dia do Ramadã um dos pecados mais graves. Os rigores do Ramadã geram em muitos fiéis estresse, frustração e zelo islâmico exacerbado. Em terras com tensões religiosas, o último dia do Ramadã pode ser de extrema tensão.


Muitos ataques a igrejas e cidadãos cristãos costumam acontecer nos últimos dias do Ramadã. Um desses dias é denominado de Laylat Al-Qadr (literalmente “Noite do Destino”, ou “Noite do Poder”) e que normalmente é comemorado no 27º dia do jejum. Neste dia, acredita-se que o profeta Maomé tenha recebido a revelação dos primeiros versos do Alcorão. Muitos cristãos do mundo muçulmano são alvo de processos penais e violência por se negarem a praticar o jejum islâmico.

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