“Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus. Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade.” 1João 3.17-18
Nessa
semana, me deparei com algo que provocou em mim uma intensa reflexão sobre o
amor cristão. Alguém postou nas redes sociais da internet, uma foto onde
aparece um senhor, já idoso, deitado embaixo de um carrinho de papel, bem no
meio da rua. A pessoa que postou a foto, fez um comentário dizendo que não
devemos reclamar do que temos, devemos ser sempre gratos a Deus pelo que
recebemos, e que se sentiu tocada a repassar aquela imagem. A pessoa dizia que
não julgava aquele homem pelo fato dele estar dormindo na rua e termina dizendo
que agradeceu a Deus pela vida que tem.
Até aí, tudo
bem. No entanto, fiquei pensando: Em momento algum a pessoa diz se saiu do seu
apartamento e foi ao encontro do homem para orar por ele e, quem sabe, até
oferecer, pelo menos, um prato de comida.
Não quero
chamar a atenção para isto. Pois pode ser até que isso tenha ocorrido e a
pessoa não o tenha relatado. Mas quero que reflitamos sobre que amor cristão
temos vivido. Será que o amor cristão que dizemos ter, está apenas na base do
discurso? Será que o amor que julgamos viver não passa de um egoísmo barato?
Se temos
vivido apenas preocupados com o nosso bem estar e conforto e com aquilo que
“temos recebido de Deus” sem nos darmos conta das necessidades dos que estão a
nossa volta, se sem perceber temos nos tornado a cada dia mais insensíveis à
miséria de alguns menos afortunados que por acaso(?) cruzam o nosso caminho,
sinto em dizer, mas nós não estamos vivendo, nem sequer experimentando o
genuíno amor de Deus. Neste caso, temos sido egoístas, fechados em nosso mundo
'umbigocêntrico', e necessitamos urgentemente nos voltarmos para Deus.
A palavra nos diz que se alguém possuir recursos deste mundo e vir a seu irmão padecer necessidade e fechar-lhe o coração, não há como o amor de Deus permanecer nele. Muitos não são ricos e abastados. Muitos não têm recursos sobejando e que podem esbanjar onde quiser. Contudo, mesmo vivendo uma vida simples, sem luxo nem pompa, precisamos reconhecer que Deus nos tem dado muito. Não me refiro a riquezas ou posses materiais somente. Deus nos tem abençoado grandemente. Nada nos tem faltado. Temos tudo de que precisamos. E o que temos feito com isto? O que temos feito com o que Ele coloca em nossas mãos?
Temos fechado o nosso coração às necessidades dos que estão a nossa volta. O amor de Deus, que falamos, cantamos, oramos e nos gabamos estar presente em nossas vidas, quando estamos presentes no templo, em momentos de culto, não tem permanecido em nós e tem sido apenas em palavras e não em atos.
Ao contrário do que, infelizmente, tem sido prática comum nas nossas vidas, nas vidas de muitos cristãos, a Palavra nos exorta a não demonstrarmos um amor que fica apenas na esfera do discurso mas, sim, como nos diz o mesmo texto na linguagem de hoje: “Meus filhinhos, o nosso amor não deve ser somente de palavras e de conversa. Deve ser um amor verdadeiro, que se mostra por meio de ações.” (1João 3.18 BLH).
Deus tenha misericórdia e nos ajude!
Rev. Antonio Donadeli
0 comentários :